terça-feira, 17 de setembro de 2019

BETO RICHA VOLTA A CAMPO
Richa deixou o Paraná com pagamentos em dia e dinheiro em caixa.  Foto: Orlando Kissner
 Todos sabem que o Ratinho herdou o estado em melhor situação financeira do país. Contas em dia, bilhões em caixa, obras em andamento, o interior valorizado. Beto e Cida eram presenças constantes no Oeste, sendo semanalmente encontrados em reuniões do agronegócio, das entidades classistas, em inaugurações de obras, em prefeituras distribuindo recursos (quando os prefeitos mandavam projetos bem feitos) em jantares com empresários e até dando uma circulada nos nossos bares e restaurantes.

No início do segundo mandato, Beto cortou grande parte dos gastos publicitários que o estado destinava à representante da Globo no estado, a RPC. No ajuste fiscal, aumentou impostos e reduziu os aumentos de salários que os funcionários públicos, incluindo os promotores do Gaeco, recebiam a cada ano. Estava criada a mistura perigosa, o conjunto de oposição fortíssimo: a televisão mais influente, pressionando os promotores mais agressivos, mais os sindicatos dos professores, dominados por petistas, acostumados a exigir privilégios impagáveis, a invadir e destruir prédios públicos sem repressão, desacostumados com recusas. Tudo para ser analisado e julgado por autoridades que também tiveram aumentos salariais negados.

A parte que a Globo conta, todos conhecem. O Gaeco esperou anos (usou uma delação do Toni Garcia, ex-presidiário, que assinou o que lhe pediram em troca de alívio nas suas penas, como todos os demais delatores em ações estaduais e federais) solicitou prisão do Beto na véspera da eleição, e outros etecéteras. Liquidaram, talvez para sempre, a carreira política do Beto. O outro delator que poderia ser citado, o Fanini, é ladrão confesso, cuja palavra pode valer até menos que a do Toni Garcia. Para dar uma ideia, em uma das várias ações em que é acusado, foi condenado pelo juiz Fernando Fisher a 65 anos de prisão. Foi esta semana.

O que eles não informam ao cidadão paranaense: não existe nenhuma prova até agora, nenhuma delação, nenhuma pessoa decente (o Toni e o Fanini, claro, não valem) que tenha prova de entrega de um único centavo ao ex-governador. Beto vai ser absolvido em todos os processos, nas instâncias superiores.

Outros membros menores do governo do Beto são culpados. Estão negociando penas leves, quem sabe ficando com parte do dinheiro roubado, como o Fanini. Precisam claro, declarar alguma coisa contra quem o Gaeco mandar. O CNJ, em nota, disse que iria investigar a ação do GAECO, depois sumiu e esqueceu-se de contar o resultado.

Concessionárias do pedágio estão firmando acordos de delação milionários com o MPF no papel, na teoria. Na prática, pagarão “em obras a ser definidas“, e em “reduções da tarifa”, baseadas em sabe-se lá que planilhas. O MP estadual segue o exemplo: muda uma condenação em regime fechado de 65 anos, para 25 anos em sua residência, e obviamente em poucos dias vai autorizar, “por bom comportamento” o criminoso a levar vida normal. Só 40 anos de “desconto” na pena.

Eu acredito na inocência do Beto Richa. Prefiro, até prova em contrário, lembrar-se da excepcional gestão que deixou o estado equilibrado em meio à crise interminável. Dos salários e das contas em dia. Do atendimento ao interior. Do atendimento, em especial, a Cascavel, onde aprovou todos os pedidos do Edgar Bueno.

Da remessa de dinheiro, já na gestão do adversário Paranhos, para a construção total da Tito Muffato, para o pagamento integral do Hospital Santa Catarina. E muito especialmente, comparo as imagens traumáticas dos hospitais públicos que a própria Globo mostra em quase os demais estados, com a saúde do Paraná, que conta até com helicópteros sediados nas principais cidades do Paraná, e que, só em Cascavel, já transportaram quase 3.000 pacientes à beira da morte, salvando quase todos.


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