segunda-feira, 30 de setembro de 2019

O GRANDE LEGADO DE BETO RICHA
O então prefeito Beto Richa inaugura o "Ligeirão"  Norte-Sul no terminal do Pinheirinho.
Um turista desavisado que percorrer Curitiba e começar a ler as placas de inauguração em obras públicas vai estranhar ao tropeçar na quantidade de realizações do ex-prefeito Beto Richa. A cidade, todos sabem, tem como principal referencial em termos de prefeito, o arquiteto Jaime Lerner, reconhecido no Brasil e no exterior pela revolução urbana que fez na capital do Paraná. Depois, vem o atual prefeito, Rafael Greca, com muitos parques, faróis do saber, unidades de saúde, liceus de ofício, ruas da cidadania...

Já Beto Richa foi o prefeito que imprimiu um caráter mais social às realizações da Prefeitura. Investiu muito na ampliação da rede de atendimento médico da cidade, praticamente dobrando o número de unidades de saúde, inaugurou escolas em bairros periféricos e levou os serviços da Prefeitura a lugares isolados. Uma escola inaugurada por Richa é destaque na qualidade da educação e nos prêmios que já recebeu pelo trabalho realizado junto à comunidade.

É a Escola Municipal jornalista Arnaldo Alves Cruz, na Vila Pantanal, Alto Boqueirão. Inaugurada em 2005, a escola é um marco no avanço educacional na cidade.  No seu discurso, durante a inauguração, Richa disse: "Devemos muito ao trabalho do Arnaldo. Sua competência se traduziu em suas ações, que servirão de exemplo para essa comunidade". E a previsão do prefeito se realizou.
Entre os bairros Fanny e Portão, o então prefeito Beto Richa ergueu a última grande obra viária em Curitiba. A Avenida Santa Bernadethe, com duas amplas pistas, desafogou o trânsito em toda região e permitiu um deslocamento mais rápido das regiões sul e sudeste para o centro da cidade.
 
O setor Cultural de Curitiba também recebeu inúmeras benfeitorias. A Fundação Cultural, sempre sediada em lugares acanhados e provisórios, mudou-se em definitivo para o antigo Moinho, no Rebouças. Agora, em amplo espaço, além de abrigar toda sua estrutura, pode receber múltiplos eventos. Outra obra na área cultural de grande impacto foi a reforma da antiga capela do Colégio Santa Maria, no Centro. O local virou um auditório próprio para apresentações musicais e teatrais. E forma, ao lado do Teatro Guaíra (estadual), do Teatro Caixa (Federal) o circuito cultural da Rua 15 Novembro.

No transporte coletivo, a novidade ficou por conta dos "ligeirões", que, parando em poucos pontos, faz a ligação, em menos tempo, entre o Centro e os bairros mais populosos. Outra novidade foi a implantação, em larga escala, do cartão transporte, retirando grandes volumes de dinheiro em circulação nos ônibus, o que garantiu mais segurança ao transporte coletivo da cidade. Soma-se a isso, as amplas reformas nos principais terminais do transporte público da cidade.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

PROMESSA NÃO CUMPRIDA
O bacalhau "Porto" é o melhor e mais caro do mundo. E agora, fará parte da mesa do governador Ratinho Jr e secretários no Palácio Iguaçu.
Ratinho Júnior se elegeu governador adotando como discurso principal o combate à corrupção e aos gastos supérfluos. "O novo Paraná não comporta mais desperdícios e mordomias", disse e repetiu várias vezes em campanha. Empossado, esqueceu o que prometera. Os cofres públicos se abriram, como nunca, para garantir a boa vida do governador e de seus auxiliares diretos. São milhões de reais gastos no aluguel de carros, aviões e helicópteros.

E mais surpreendente ainda para quem anunciou que foi criado "só com feijão e arroz" é agora desfrutar, com dinheiro público, de queijo holandês, iogurtes franceses e do melhor bacalhau do mundo, o norueguês "cod gadus morhua", mais conhecido como "Porto". A informação foi revelada numa reportagem do site de jornalismo investigativo "livre.jor.br". Debruçados sobre o "Diário Oficial" e o portal da transparência, os jornalistas descobriram que no atual governo, o que se anunciou como austeridade não passou de "fake news".  Porque na verdade a austeridade pregada virou mais e mais mordomia.

O custo da comilança, paga por cada um de nós, paranaenses, é de R$ 120 mil reais. Desse jeito, para alguém "criado na pobreza e na base do feijão e arroz", há um risco à saúde. Ao se fartar de bacalhau, queijo holandês e, decerto, regado a vinho francês, sem estar acostumado, pode-se sofrer uma intoxicação alimentar severa, que causa muita diarreia. Cuidado, governador...

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

O MAIOR INVESTIMENTO EM PRESÍDIOS DA HISTÓRIA
Richa e o ministro José Eduardo Cardoso inauguram a Penitenciária Estadual de Cruzeiro do Oeste.
Um dos maiores problemas enfrentado pelos governantes em todo o país é a falta de vagas no sistema penitenciário. Por mais investimentos que se tenha feito nos últimos anos, a situação está longe do ideal. Em 2011, quando o tucano Beto Richa assumiu o governo do Paraná, havia um déficit de 16 mil vagas nas cadeias públicas do Estado. Com investimentos maciços e criatividade, esse número foi reduzido, em pouco mais de 7 anos, para 10 mil. Ou seja, a administração Richa criou quase mil vagas em presídios por ano, um recorde nacional.

Além de novos presídios entregues, o governo ampliou vagas nas penitenciárias já existentes e deixou outras oito penitenciárias em construção. Durante a inauguração da Penitenciária Estadual de Cruzeiro do Oeste, no Noroeste do Paraná, em 30 de março de 2012, com a presença do então ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, Richa assinou um decreto estabelecendo como meta a transferência de 8.534 presos que estavam custodiados pela Polícia Civil para unidades prisionais do Estado.

O decreto foi cumprido praticamente em sua integridade, apesar da crise política e econômica que se abateu sobre o Governo Federal, que deixou de honrar com os contratos firmados com o Paraná. As novas penitenciárias em construção, muitas delas em fase final de obras, devem ser inauguradas em breve pelo atual governo.

sábado, 21 de setembro de 2019

A INGRATIDÃO QUE DÓI 
Ratinho Jr. agradece Richa em 2014. Em 2019, veio a traição.

À sombra do ex-governador Beto Richa, Ratinho Júnior se projetou pelo Paraná todo e alcançou o Palácio Iguaçu. Empossado, virou as costas para o seu principal padrinho político. E não só. Passou a persegui-lo. Richa viu seus aliados de primeira hora alijados da máquina pública. Assistiu, incrédulo, a exoneração de um por um dos seus ex-assessores diretos, que, por extensão, também eram, indiretamente, assessores do então secretário Ratinho Júnior.

Ratinho esqueceu as obras em andamento do ex-chefe e agora inaugura-as como se fossem só suas. Nas entrevistas, vai mais longe: acusa Richa de ter deixado o Paraná com o caixa zerado. Aí mistura ingratidão com mentira e com falta de ética, para espanto da equipe do governo anterior. Relatórios econômicos dos institutos especializados em contas públicas, do Tribunal de Contas e de jornalistas de economia, mostram que o Paraná, ao final do governo Richa, era um dos poucos estados brasileiros com os pagamentos dos salários e das despesas correntes da máquina pública em dia. 

Na Assembleia Legislativa, deputados richistas já dão sinais de que  "estão por aqui" com Ratinhho Júnior. E não será surpresa se se bandearem em massa para a oposição. Líderes regionais, como prefeitos e vereadores, também já mostram publicamente esse descontentamento com os rumos que o governo Ratinho Júnior vem dando ao Paraná. Tanto, que no início desta semana uma comitiva do Sudoeste, composta por prefeitos e vereadores, visitou Richa, em seu apartamento no Mossunguê, para externar, abertamente, o agradecimento ao ex-governador pelo apoio que receberam do Palácio Iguaçu na gestão anterior (veja mais abaixo). 
FUTEBOL NA REDAÇÃO
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Redação do jornal "O Estado do Paraná" na década de 1980. O então chefe de reportagem Claudio Benetta confere a edição do dia.
Em 1985 o plantão dos sábados à tarde na redação dos jornais "O Estado do Paraná" e "Tribuna do Paraná" terminava cedo. Por volta das três da tarde, os dois jornais já estavam fechados. Então, à espera de alguma "bomba" de última hora, era a hora do futebol. Arrastavam-se as mesas para os cantos e a ampla redação virava um campo. Dos bons. A bola era feita de papel jornal bem amassada e envolta em fita crepe. Antes de a partida começar, a porta principal era trancada para evitar imprevistos.

Quem teve a ideia do jogo eu não sei. Mas que todos participam, participavam.

Um belo sábado, estávamos lá eu, o Francisco Camargo, João Carlos de Santa, Vanderlei Rebelo, Deonilson Roldo, Jorge Javorski, Julio Tarnowski Jr, Fernando Gerlach, Roberto Elias Salomão, Liones Rocha(que morreu no início da década de 1990), o Charles e duas das meninas.

Sem mais nem menos, o Deonilson sumiu...

E a partida começou. De repente, um barulho na porta. O jogo para. O Salomão foi o primeiro a apontar quem mexia no trinco: "só pode ser o Deonilson"!

O Vanderlei pegou a "bola", ajeitou na mão, e disse: "quando ele entrar vai levar uma bolada na cara". Quando a porta se abriu, lá foi a "bola" arremessada pelo Vanderlei....

Putz... Não era o Deonilson... Era o Paulo Pimentel!

Todo mundo correu para o banheiro.... Sobraram eu, que estava no gol, e não tive tempo de fugir, e o Liones Rocha, que foi macho. Brincalhão, Liones puxou conversa com o patrão: "Quase que acertaram o senhor, não foi"?

Pimentel levou na boa: "Se não me abaixo, tinha me atingido".

Aí, sem jeito, o Liones disse que os jornais já estavam fechados e, na maior cara de pau do mundo, convidou Pimentel para bater uma bola. "Estou velho pra isso, brinquem vocês".

UFaaaaaaaaaaaa....

Foi só o susto. Naquele dia, Pimentel estava bem humorado.Enquanto ele conversava com o Liones e comigo, os "frouxos" iam saindo do banheiro, lentamente, um após o outro, com cara de santo...

E sem entender que tudo tinha terminado numa boa.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

GRATIDÃO E SOLIDARIEDADE

O ex-governador Beto Richa tem se emocionado com os prefeitos e lideres regionais que lhe fazem visitas de agradecimento e solidariedade.
"Nada como um dia após o outro". Frase que nunca fez tanto sentido na política. Em uma era de pessoas anestesiadas por um bombardeio de informações e manipulação a dar com o pé, eis que ressurge uma palavrinha tão simples e ao mesmo tempo tão complexa: gratidão.

Nesta terça-feira (17), uma movimentação no mínimo curiosa foi relatada por vizinhos do edifício onde moram Beto e Fernanda Richa. Mas o mistério foi desvendado pelas redes sociais. Cerca de 20 prefeitos, além de vereadores e lideranças paranaenses, visitaram o ex-governador em seu apartamento no bairro Mossunguê, em Curitiba.

No vídeo publicado na página oficial de Berto Silva, prefeito de Laranjeiras do Sul, o termo "gratidão" imperou.

As vezes o nada pode ser tudo. A se ver...
O JORNALISMO DE 2006 A 2019
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O jornal e os destaques da televisão paranaense à época. Foto: Marcelo Lancia
Passaram-se 25 anos. Mas as mudanças provocadas na comunicação de Curitiba, nesse curto espaço de tempo, parecem que foram produzidas em mais de um século.

Em 1996, na disciplina de redação jornalística na PUC-PR, da qual eu era o professor, os trabalhos semestrais eram a produção de um jornal que ocupasse os nichos do mercado. Um grupo de estudantes, capitaneados pelos hoje jornalistas Marcelo Lancia, Gilberto Ferreira e Marcelo Melero, criaram o "Quarto Poder", um veículo semanal que trazia notícias das redações, dos jornalistas e do mercado de trabalho em comunicação. A proposta acadêmica deu tão certo, que o veículo proposto saiu da sala de aula para ganhar vida própria no mercado.

Nesta edição, vemos que o mercado era muito, mas muito diferente do que é agora. Na época, três televisões investiam pesado em jornalismo e disputavam a audiência (e os anunciantes) com vários telejornais ao longo do dia.

Nas fotos da manchete do "Quarto Poder", os três diretores de jornalismo das emissoras de então: da esquerda para a direita, Marcos Antonio Batista, dirigia a equipe da RPC, Ricardo Kotscho, era o responsável pelo departamento nacional de jornalismo da CNT, em Curitiba, e Pedro Chagas Neto, comandava o então GPP (Grupo Paulo Pimentel), que sob seu comando deu um salto de qualidade e audiência nos telejornais.

Só estas três emissoras, empregavam quase 300 jornalistas. E a briga entre os jornais também era muito grande. Competiam no mercado a "Gazeta do Povo", "O Estado do Paraná", "Jornal do Estado", "Indústria & Comércio", "Tribuna do Paraná", "Correio de Notícias", "Diário Popular" e "Folha de Curitiba". Mas o jornal que produzia o melhor conteúdo e as melhores reportagens não era da cidade e, sim, do Interior: a "Folha de Londrina", que tinha uma sucursal enorme no Centro Cívico.

Na foto, o então diretor da sucursal da "Folha de Londrina", jornalista Deonilson Roldo , mostra como era a rotina de trabalho na redação que comandava. Os jornais eram os maiores empregadores de jornalistas no mercado. Mais de 500 profissionais davam expediente nas redações dos impressos em Curitiba.

Vinte e dois anos depois, de todos esses jornais só sobraram a "Folha de Londrina", sem ter mais uma grande sucursal, e a "Tribuna". A maioria fechou. Alguns, viraram sites, e um o "Jornal do Estado", virou "Bem Paraná", é impresso no formato tabloide e distribuído gratuitamente.

Deste mercado dinâmico e agitado, pouco ou quase nada resta.

A internet e a incompetência gerencial, em muitos casos, passaram como um furacão sobre esses veículos de comunicação não deixando pedra sobre pedra do que foram um dia...

terça-feira, 17 de setembro de 2019

BETO RICHA VOLTA A CAMPO
Richa deixou o Paraná com pagamentos em dia e dinheiro em caixa.  Foto: Orlando Kissner
 Todos sabem que o Ratinho herdou o estado em melhor situação financeira do país. Contas em dia, bilhões em caixa, obras em andamento, o interior valorizado. Beto e Cida eram presenças constantes no Oeste, sendo semanalmente encontrados em reuniões do agronegócio, das entidades classistas, em inaugurações de obras, em prefeituras distribuindo recursos (quando os prefeitos mandavam projetos bem feitos) em jantares com empresários e até dando uma circulada nos nossos bares e restaurantes.

No início do segundo mandato, Beto cortou grande parte dos gastos publicitários que o estado destinava à representante da Globo no estado, a RPC. No ajuste fiscal, aumentou impostos e reduziu os aumentos de salários que os funcionários públicos, incluindo os promotores do Gaeco, recebiam a cada ano. Estava criada a mistura perigosa, o conjunto de oposição fortíssimo: a televisão mais influente, pressionando os promotores mais agressivos, mais os sindicatos dos professores, dominados por petistas, acostumados a exigir privilégios impagáveis, a invadir e destruir prédios públicos sem repressão, desacostumados com recusas. Tudo para ser analisado e julgado por autoridades que também tiveram aumentos salariais negados.

A parte que a Globo conta, todos conhecem. O Gaeco esperou anos (usou uma delação do Toni Garcia, ex-presidiário, que assinou o que lhe pediram em troca de alívio nas suas penas, como todos os demais delatores em ações estaduais e federais) solicitou prisão do Beto na véspera da eleição, e outros etecéteras. Liquidaram, talvez para sempre, a carreira política do Beto. O outro delator que poderia ser citado, o Fanini, é ladrão confesso, cuja palavra pode valer até menos que a do Toni Garcia. Para dar uma ideia, em uma das várias ações em que é acusado, foi condenado pelo juiz Fernando Fisher a 65 anos de prisão. Foi esta semana.

O que eles não informam ao cidadão paranaense: não existe nenhuma prova até agora, nenhuma delação, nenhuma pessoa decente (o Toni e o Fanini, claro, não valem) que tenha prova de entrega de um único centavo ao ex-governador. Beto vai ser absolvido em todos os processos, nas instâncias superiores.

Outros membros menores do governo do Beto são culpados. Estão negociando penas leves, quem sabe ficando com parte do dinheiro roubado, como o Fanini. Precisam claro, declarar alguma coisa contra quem o Gaeco mandar. O CNJ, em nota, disse que iria investigar a ação do GAECO, depois sumiu e esqueceu-se de contar o resultado.

Concessionárias do pedágio estão firmando acordos de delação milionários com o MPF no papel, na teoria. Na prática, pagarão “em obras a ser definidas“, e em “reduções da tarifa”, baseadas em sabe-se lá que planilhas. O MP estadual segue o exemplo: muda uma condenação em regime fechado de 65 anos, para 25 anos em sua residência, e obviamente em poucos dias vai autorizar, “por bom comportamento” o criminoso a levar vida normal. Só 40 anos de “desconto” na pena.

Eu acredito na inocência do Beto Richa. Prefiro, até prova em contrário, lembrar-se da excepcional gestão que deixou o estado equilibrado em meio à crise interminável. Dos salários e das contas em dia. Do atendimento ao interior. Do atendimento, em especial, a Cascavel, onde aprovou todos os pedidos do Edgar Bueno.

Da remessa de dinheiro, já na gestão do adversário Paranhos, para a construção total da Tito Muffato, para o pagamento integral do Hospital Santa Catarina. E muito especialmente, comparo as imagens traumáticas dos hospitais públicos que a própria Globo mostra em quase os demais estados, com a saúde do Paraná, que conta até com helicópteros sediados nas principais cidades do Paraná, e que, só em Cascavel, já transportaram quase 3.000 pacientes à beira da morte, salvando quase todos.