segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O JORNALISMO DE 2006 A 2019
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O jornal e os destaques da televisão paranaense à época. Foto: Marcelo Lancia
Passaram-se 25 anos. Mas as mudanças provocadas na comunicação de Curitiba, nesse curto espaço de tempo, parecem que foram produzidas em mais de um século.

Em 1996, na disciplina de redação jornalística na PUC-PR, da qual eu era o professor, os trabalhos semestrais eram a produção de um jornal que ocupasse os nichos do mercado. Um grupo de estudantes, capitaneados pelos hoje jornalistas Marcelo Lancia, Gilberto Ferreira e Marcelo Melero, criaram o "Quarto Poder", um veículo semanal que trazia notícias das redações, dos jornalistas e do mercado de trabalho em comunicação. A proposta acadêmica deu tão certo, que o veículo proposto saiu da sala de aula para ganhar vida própria no mercado.

Nesta edição, vemos que o mercado era muito, mas muito diferente do que é agora. Na época, três televisões investiam pesado em jornalismo e disputavam a audiência (e os anunciantes) com vários telejornais ao longo do dia.

Nas fotos da manchete do "Quarto Poder", os três diretores de jornalismo das emissoras de então: da esquerda para a direita, Marcos Antonio Batista, dirigia a equipe da RPC, Ricardo Kotscho, era o responsável pelo departamento nacional de jornalismo da CNT, em Curitiba, e Pedro Chagas Neto, comandava o então GPP (Grupo Paulo Pimentel), que sob seu comando deu um salto de qualidade e audiência nos telejornais.

Só estas três emissoras, empregavam quase 300 jornalistas. E a briga entre os jornais também era muito grande. Competiam no mercado a "Gazeta do Povo", "O Estado do Paraná", "Jornal do Estado", "Indústria & Comércio", "Tribuna do Paraná", "Correio de Notícias", "Diário Popular" e "Folha de Curitiba". Mas o jornal que produzia o melhor conteúdo e as melhores reportagens não era da cidade e, sim, do Interior: a "Folha de Londrina", que tinha uma sucursal enorme no Centro Cívico.

Na foto, o então diretor da sucursal da "Folha de Londrina", jornalista Deonilson Roldo , mostra como era a rotina de trabalho na redação que comandava. Os jornais eram os maiores empregadores de jornalistas no mercado. Mais de 500 profissionais davam expediente nas redações dos impressos em Curitiba.

Vinte e dois anos depois, de todos esses jornais só sobraram a "Folha de Londrina", sem ter mais uma grande sucursal, e a "Tribuna". A maioria fechou. Alguns, viraram sites, e um o "Jornal do Estado", virou "Bem Paraná", é impresso no formato tabloide e distribuído gratuitamente.

Deste mercado dinâmico e agitado, pouco ou quase nada resta.

A internet e a incompetência gerencial, em muitos casos, passaram como um furacão sobre esses veículos de comunicação não deixando pedra sobre pedra do que foram um dia...

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